quarta-feira, 11 de junho de 2008


Sim, eu sou mal humorada.
Não o tempo todo, não sempre, mas sou.
Me parece, às vezes, que sou um pouco inapta ao convívio social, posto que os momentos de maior irritação sempre me acometem em público, principalmente em transportes coletivos.
Razão disso, possivelmente, é o fato de que eu passe.. humm... vejamos... aproximadamente 1/5 do dia viajando para ir e voltar do trabalho. Mas, deixando de lado os detalhes técnicos, há dias em que a viagem parece insuportável.
Ontem, por exemplo. Ida: sentei-me no banco de frente para a porta, sendo que há um lateral (esquema acima).
O problema, sempre recorrente, inclusive, foi o seguinte. O fulano que estava ao meu lado era grande e tinha um defeito que acho imperdoável nos homens: a irritante mania de sentar com as pernas abertas. De acordo com dados colhidos por minha própria pessoa com rigor praticamente científico, descobri que o saco NÃO impede o homem de fechar as pernas, sendo que tal atitude só pode ser traduzida por:

* instinto natural de acasalamento que faz com que o mesmo deseje mostrar aos circundantes que possui equipamento necessário, e na conta dos grandes;
* machismo exacerbado, o que gera o pensamento de que tem o direito de ocupar mais espaço do que uma mísera representante do sexo feminino;
* falta de educação;
* impertinência, pura e simples.

Agora, imagino eu se os homens precisassem passar uma semana de seu mês com uma almofada algodoada no meio das pernas. Iam andar de cócoras, possivelmente.
Enfim, voltemos à viagem. O da direita, então, além de se sentar com as pernas abertas, ainda colocou a mochila no meio delas, muito à vontade e folgazão. Acrescente-se a isso o fato de que este usava um perfume simplesmente sufocante e h-o-r-r-o-r-o-s-o.
Já o da lateral, sentado à minha esquerda, se escarrapachou no banco de tal modo que eu, apesar das constantes bolsadas em sua perna e da visível irritação, me vi obrigada a viajar praticamente sentada nas pernas de um desconhecido. E olha que esse nem era grande, mas, pensando que o trem tinha assento leito, creio eu, dormiu feito criança, ocupando espaço que não lhe pertencia, ergonomicamente falando.
Pelo imaculado bem de minha integridade física, fiz a única coisa plausível naquela situação: desci do trem e tomei um metrô, não sem antes precisar desembolsar R$2,40 por uma viagem que já estava paga e não pode ser desfrutada com o mínimo do conforto porque dois caras, como muitos, muitos outros que encontro quase que diariamente, acham que têm mais direitos do que outros. Do que outras, principalmente.

PS: apenas para concluir o fim do dia: na volta procurei um banco no canto, com bastante espaço. O tão aguardado retorno para casa teria sido um sucesso esplêndido caso o infeliz que dividia o banco comigo não tivesse problemas de flatulência e não tivesse seguido peidando da estação da Luz até Guaianazes. Valha-me, deus.

Um comentário:

Marina Ráz disse...

O problema é quando alguma mulher faz "chapinha" e deixa a semana toda a cabeça sem lavar para economizar o dinheiro e o cheiro fica insuportável.

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